11 de dez. de 2011

Noite no Paraíso

Teus dedos se entrelaçam aos meus,
Tua voz acalma e cala-me os lábios.
É inspiração que faltava em Romeus,
Espaço vazio deixado por corpos frios.

Em instantes, ouve-se o mundo parar...
É o caminhar de quem se pára para olhar.
Não há tempo que baste ou olhos que se fechem,
É esplendor, é sublime...
Atroz de quem se ousar a observar.

É o bater da saudade em madrugadas sós,
É o cheiro de roupas jogadas aos nós...
São os tons e os sons que me consomem,
Crimes de amantes que se divertem.

19 de nov. de 2011

Exílio

Que berrantes sobrestejam,
Que a vista não me suma.
Que salve o Homem!
Lobo do Lobo do Lobo...

Estou inseguro ao só,
Onde bate forte frio.
Mas há cura ardente,
Tênue esperança latente.

É fortaleza de possuir,
Inveja de espectador.
O que o sonho tem a compor,
Que há tanto está em insistir...

Peço sua simples presença,
O remate de um esplendor.
Singela de tão caridosa,
E que me tem por puro amor.

La Mica

Acredito estar perdido,
Deixo que leve-me pela mão.
Não sei onde vamos,
E me pergunto se importa.

Fugimos do Mundo?
Nunca deixa nos deixarmos!
Está escuro.. tenho medo;
Ainda agarra-me forte.

Tuas mãos me passam,
Como talvez que salvam.
Dos vícios não lembro,
Até as palavras esqueço!

E de que importa?
O que foi não vai,
O que vem nos some.
Me prendem... como querem.

Salvo o que paredes guardaram,
Que de lembrança é o que tenho.
Salvo quando os rios tocaram,
Que da memória não deixo.

Os olhos não viram, nunca veem.
Por isso tenho nos sonhos,
E quem sabe no além.

16 de out. de 2011

A Morena Virgem

Andava, falava.. corria demais!
Teus olhos, por simples, sem mais.
Cinzas negras sobraram,
Acredito que sopraram..
Não vi.

Gritava e gritava, Oh Deus!
Invejava-me ao céu,
Que o chão tanto a prendia.
Ao baixar-me, fui puxado.
Os olhos revi; o coração..

Maldito seja esse pulsar,
Aos que o querem, podem ficar!
Asas bateram, voltei ao voar.
E a via... agora a chorar.

Voava sempre a pensar:
Sou culpado, não minto,
E por mentir não me faço.
Minto, pois sou culpado..

Será que sopraram?
Não vi.

7 de out. de 2011

1.55 'I know you, you know me'

Que és tu?
Na cabeça soberana do mundo infame, talvez.
Facilmente me tem em suas palavras,
Que os gestos se fazem desnecessários.
Passa-me.. e leva embora.

Que suas mãos lhe passem os cabelos,
Que sua alma submissa se degrade.
Que no inferno nos encontremos,
E na boa gargalhada caiamos.

Na mente nada carrega,
No peito sente dor.
Corre e corre,
Corre e corre, perdedor..

Pois bem, quem és tu?
É o real que mal projeto,
A loucura mais sã.
És tudo, tampouco..
É nada.

25 de set. de 2011

Manifesto de um tolo incessante

Não sei se é a ti que culpo,
Talvez sua voz, seu lábios; seu corpo.
A vida que nasce molhada,
Lentamente descendo em audácia.
O jeito sublime que se pronuncia,
Na tua singela inquietude estúpida.

Andas à vigia da beleza sublime,
Do fulgor que surge e queima o lume.
Tolo sou, insano por ventura.
O cego correndo na corda bamba,
Co'os negros à samba de umbanda.
Bela senhora, que queres agora?

18 de ago. de 2011

O Viajante [1]


Procuras Algo nesse mundo, bom viajante? Devo mostrar-lhe do que este é feito! O nome de seu narrador em nada interfere, chame-me como quiser, porém, nada mais Sou além do tênue grito do mundo; Sou o que muitos chamam de experiência, e na língua de mortos, tristeza. Sou o que muitos temem ser, sou a solidão, o sombrio; sou o que realmente enxerga. Por muito passei nesta vida, com a esperança de chegar ao seu fim.
Não vivemos, lutamos. Há muito se foi perdido a essência da vida, existem no mundo Insuficientes motivos para se viver. Por isso lutamos, lutamos contra a corda perdurada em nossos pescoços, que clama pelo momento em que cairemos em teu doce toque...onde sempre nos Rendemos.
Peço perdão Aos que cegos ouvirão minhas palavras, perdão se a Luz...cega.

A Morte Do Rei


Ah! vazio sorriso me cegara,
Nos olhos negros; esqueci..
Cômico talvez, sua voz, teus lábios;
Não sabe do que falas.

Senta e escuta-me.
Por dentro de ti vejo, como pode?
Sinto-a em cada movimento, respiração.
é isso que chamas de amor?

vai para cima e para baixo,
seus longos cabelos escorregam
caem e me lavam a fronte.
desliza, com perfeição!

quando um libertino se apaixona,
o mundo deve chorar.
e a prostituta prega a ética.
e o psicologo defende a loucura.
e o louco... é sempre louco!

bebamos e esqueçamos,
que o vinho possui tal proeza.
e desce e sobe, desce e sobe...
e desce e sobe, desce e sobe...

17 de abr. de 2011

à amargura da vida brindemos!

Sorria, você está sofrendo..
Cale-se, requerem de sua voz..
Silêncio! Não sabes do que fala!

A vida não passa da morte,
e aos que dela passarem
sabem que pranteio tal experiência.

Como podes dizer isso?
De nada sabes sobre este mundo..
Em silêncio permaneça,
em seu mundo sofra..

Não espere mais de mim..
reclusos são os que entendem.
Agora, nada mais resta.

No mundo não existe motivo,
lutam todos para sobreviver..
então, porque viver?

Na vida se encontra a beleza.
se ela não consegue ver,
aqui não pertences.

Não traga sua dor para esse mundo,
em suas costas já há o bastante...
se desejas, pelo fim espere,
porém, não grite aos que diz serem surdos.

16 de abr. de 2011

Aqui morre um singelo rapaz

todos os dias beira sobre mim
um severo desejo..
porventura a soberania da alma.

e no breu, vejo-o me chamando,
ansioso por nosso encontro.
sorri à amargura da vida...
maldito patife.

se há de me levar,
o que esperas?
do caso contrário
volte para onde os gritos não cessam

sobre as vis mãos minhas
sinto exalar o doce ardor d'alma.
elixir amaldiçoado.

singela nódoa que é a vida,
trazer contigo o que queres
pois nada mais hei de ver.

à espera da morte aguardo,
nela, sinto-me completo..
significado?
não existe

2 de abr. de 2011

Drácula Contemporâneo

se o fogo meu queimas,
fique longe...
se a capa esconde o que sou,
fique longe...
não temas em me ferir,
a muito este espírito se foi

se nada há sob meus olhos,
não me culpe.
impetuoso o ser que a levou,
algo que ousam chamar de alma
saiba da dor que corres nela.

se assim quiser, a leve
tire-a de mim, e assim talvez...
me liberte

não há mais o que se temer,
não há porque se esconder...
aqui, a vida acaba.

24 de mar. de 2011

Sonhas comigo?

Ah doce ilusão,
me tira desse mundo.
Aos braços de morfeu,
sinto-me seguro, certo!

Não me deixe partir,
muito pelo contrário...
me carregue para longe,
para nunca mais voltar.

E que planejas, bela mulher?
sorrias tu, a inveja das estrelas
olhavas-me, como nunca vira antes
e aos nossos dedos,
via-se a marca de nossa união.

doce nódoa da existencia,
desapareça, ordeno!
que sua dor nunca me alcance,
guarde-a para ti!

...

meus olhos voltavam a abrir,
a dor voltara, maldita fantasia.
se só sobre ti sonhos tenho,
porque renegas meu amor?

2 de mar. de 2011

Me odeie!

disse que não podia!
disse que não devia!
porque não há de me ouvir?
para o inferno com todos!

megera!
me tira o juízo,
e me ganha co'a voz aveludada
'co'os rubros labios de vinho tinto'
ah minha amada

não compreendo;
talvez por isso, a amo
crápula maldita!
não amo, odeio!

odeio sua voz melódica,
odeio o jeito que me olhas.
odeio-te!



malditos sejam esses olhos negros,
que sempre me trazem de volta.

1 de mar. de 2011

Gritos Adormecidos

Mundo, ó mundo
como ousas pesar sobre mim?
como se atreve?

Deus, meu Deus
se é que há um Deus
porque há de esconder tanto?
se grito me escuta ó Deus?
se choro, choras comigo?

não desejo perdão
sei muito bem quem sou
"e o mundo? não me entende."

maldito seja o dia em que o homem,
pôs os pés nessa terra
se é que Tu existe;
só espero que me observe de perto.

não cuide de mim, deixe-me
mas não me esqueça
e talvez um dia, se arrependa!