23 de ago. de 2013

Bruna é pequena, mas não surfa

Maldita fera celeste, sempre vem importunar.
No auge do pensamento, ápice da lógica,
Desce cintilante e furiosa em chuva constante.
Não tendo refúgio, meu fado é morrer.

É boa essa hipócrita paradoxal,
Apresenta-me a dúvida como presente
E rouba o que construí com sangue
Para o prazer de os assolar privadamente.

Vivi com liberdade plena e inquestionável,
Mas concedi meus pensamentos ("privatizei", pra direita).
Faltavam-me recursos e meu palácio deixei
Enquanto o Absurdo imperava e jantava fartamente.

Era esperado:
Da luz fez-se fogo em minha tez,
Da chuva alagou-se meu interior,
Na queda dos escombros não mais sentia
E, com minha morte, morreu meu parasita.

Seu sentir de peralta tornou-se lúdico
E, por consequência do lúdico, nasceu o libertário.
Tanto no século XIX quanto no XXI
Dirão que vivo anarquia, desordem e irracionalidade.
Graças a ti, não desmentirei tais palavras!
Prontamente, apreciarei o elogio, assim como a emulação.

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