31 de ago. de 2013

A graça de Deus

É intrigante ver a posição do meu suposto Pai,
Pois o meu incentivo tende, progressivamente, a um obstáculo.
Meu sangue é ardente e minha consciência é superior,
Mas não possuo Sua potência, nem Sua presença.

Tua astúcia é gananciosa, não sabe parar.
Fazes Tu a galhofa de rebaixar minha idolatria sobre um milhar de Marias,
Tens Tu o gracejo de ajoelha-la ao meu ódio
E ainda brinca e goza com seu estado civil.

Há quem diga que a penitência leva ao Seu encontro,
Por esta jocosidade e pela antiga meretriz, creio possuir crédito abastado.
Assim, prevejo que nosso encontro será breve
Na Sua casa, no Seu conforto, no Seu reino.

Se existes, não é magnificência alguma dizer que descendo te Ti,
Tenho também a graça e o sadismo divinos.
Logo fundarei Seu caos nesta Terra morta e infeliz
E, ao bater em sua porta, serei você e tu serás Eu.

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