10 de mar. de 2015

Desentendimento

São bons os dias
Em que eu consigo mentir
Nos quais eu me reinvento
Mesmo que seja fachada

Neles, eu me sinto vivo
E chego a sonhar com maravilhas
Que talvez pudesse construir.
Talvez: sopro da esperança

Dor de verdade é acordar
Perceber que eu não sou ninguém
E que meus poucos anos por aqui
Não significarão nada demais.

Nos dias em que eu vivo,
Eu quero é morrer.
Pois sei que estou perto,
Estou perto de retomar os sentidos.

Não me tome por inteligente,
Mas eu queria ser um idiota.
Talvez assim eu acreditasse mais
Nas mentiras que conto pra mim.

Talvez assim eu não soubesse
Que serei apenas mais uma vítima do metrô,
Que uma tão sofrida morte não seria mal entendida
Por um homem atrasado pro serviço.

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